NOTA 29 - BREVE HISTÓRIA DE QUASE TUDO - de Bill Bryson

Bill Bryson é da minha idade. Nasceu em 1951,no estado de Yowa,USA,tendo mais tarde ido viver para
Inglaterra com a sua mulher e quatro filhos. É autor de vários livros de viagem e,com este livro,foi distinguido
em 2004 com o Prémio Aventis para Melhor Obra de Divulgação Científica. E,de facto,Breve História de Quase
Tudo,é dos melhores livros de divulgação científica que já li. Foi editado em Portugal em 2010,com uma edição
de bolso e outra normal,com base na edição inglesa original,de 2003,A Short History of Nearby Everything.
Bill Bryson escreve com simplicidade e clareza sobre temas complexos e,dessa forma,permite que os leitores
apreendam e percebam sem dificuldade o que leem. O Big Bang,os dinossauros,o aquecimento global,Einstein,
os Curies,a Teoria da Evolução,a gosolina com chumbo,a teoria atómica,os quarks,os vulcões,os cromossomas,
o átomo,a Teoria M,os asteroides,Hubble e o funeral,o nada,a M87,etc.,etc..
Bill Bryson passou 3 anos a ler livros e revistas e a procurar todo e qualquer especialista com paciência de santo
que estivesse disposto a responder a um sem-número de perguntas,que incluiam quase sempre esta : " Importa-se
de me explicar outra vez ? "
Sobre o Terramoto de Lisboa,diz Bill Bryson : " Em termos de destruição pura e concentrada,no entanto,talvez
o mais intenso terramoto registado na história tenha sido o que atingiu,e que acabou por arrasar quase por
completo,a cidade de Lisboa,em Portugal,no dia de Todos-os-Santos (1 de Novembro) de 1755. Eram quase
dez da manhã quando a cidade foi de súbito abalada num brusco movimento lateral,que hoje se calcula ter
sido de magnitude 9,e que a sacudiu de forma impiedosa durante sete longos minutos. A força convulsiva do
abalo foi de tal ordem que a água do rio recuou da embucadura até ao largo,regressando de seguida sob a
forma de uma onda gigante com mais de 15 metros de altura,que concluiu o arrasamento da baixa da cidade.
Quando por fim parou,os sobreviventes gozaram apenas três minutos de calma antes do segundo abalo,pouco
menos violento que o primeiro. O terceiro e último abalo verificou-se duas horas mais tarde. Depois de tudo
terminado,60 mil pessoas tinham morrido e praticamente todos os edifícios,num diâmetro de muitos quilómetros
estavam reduzidos a escombros.
Noutra passagem do seu livro e quando fala das distâncias que existem no espaço,ao falar do Sistema Solar,
diz a dado passo : " O espaço é enorme - absolutamente imenso...mesmo á velocidade da luz(300 mil/km/segundo)
levariamos 7 horas para chegar até Plutão. Mas é claro que não é possível viajar a essa velocidade,nem nada
que se pareça. Teremos de ir á velocidade das naves espaciais,que são um pouco mais ronceiras.As maiores
velocidades conseguidas até agora por meios humanos foram as das Voyager 1 e 2,que neste momento se 
afastam de nós a 56 mil km/hora. Levaram 9 anos a alcançar Urano e 12 anos para atravessar a órbita de Plutão,
ajudadas pela "gravidade assistida".Por outro lado,o espaço é por completo desprovido de acontecimentos. O
nosso sistema solar,pode ser a coisa mais animada que existe em triliões de kms,mas tudo o que é visível dentro 
dele - o Sol,os Planetas,as suas Luas,os biliões ou mais de rochas existentes na Cintura de Asteróides,Cometas
e vários outros tipos de detritos à deriva - preenche menos de um trilionésimo de todo o espaço que existe. Só
chegaremos ao fim do sistema solar depois de atravessarmos a Nuvem Oort,um vasto reino celestial de cometas
à deriva. E,tenho muita pena de dizer isto,mas só conseguiremos lá chegar daqui a 10 mil anos. Longe de marcar
a fronteira do Sistema Solar,Plutão está a um quinquagésimo milésimo(1/50.000)do percurso.
É evidente que não podemos contar com tal viagem. Uma viagem de 386 mil Kms até à Lua é ainda um grande
empreendimento para nós. O projecto de uma missão tripulada a Marte,repto lançado pelo primeiro presidente
Bush num momento de ligeireza de ânimo,foi discretamente abandonado quando alguém calculou que viria a
custar 450 mil milhões de dólares e ainda,possivelmente,a vida de toda a tripulação.( o ADN dos astronautas
seria reduzido a pó por partículas solares de alta energia,das quais seria impossível protegê-los).
Com base naquilo que se sabe hoje em dia e se consegue imaginar,não há hipótese de qualquer ser humano
poder visitar a fronteira do nosso sistema solar - nunca. Está apenas demasiado longe. 
A estrela mais perto do Sol,a Próxima de Centauro,está a uma distância de 4,3 anos-luz,um saltinho de nada
em termos galácticos,mas não deixa de ser um milhão de vezes maior do que uma viagem à Lua. Para lá
chegarmos numa nave levariamos pelo menos 25 mil anos. Permitam-me que repita isto : o espaço é enorme.
A distância média entre as estrelas é de mais de 30 biliões de kms. Mesmo a velocidades próximas da luz,
são distâncias impensáveis para qualquer viajante. Estamos ,na verdade,no início de tudo - diz o autor.
Uma outra referência a Portugal,desta vez a arqueólogos portugueses : " em 1999,arqueólogos portugueses
encontraram o esqueleto de uma criança com cerca de quatro anos,morta á 24.500 anos. O esqueleto era
moderno na sua globalidade,mas com algumas características arcaicas,possivelmente do neandertal..."
E,para terminar,aqui fica " A História da Terra em 24 Horas "
" Se imaginássemos a história da Terra,com os seus 4500 milhões de anos comprimidos num dia normal
de 24 horas,a vida começaria muito cedo,por volta das quatro horas da madrugada,com o aparecimento
dos primeiros organismos unicelulares simples,mas depois não avança mais durante as 16 horas seguintes.
Só quase às 20h 30m,depois de terem passado cinco sextos do dia,é que o planeta tem alguma coisa concreta
para mostrar ao universo,uma fina camada de irrequietos micróbios.Depois,por fim,aparecem as primeiras
plantas marinhas,seguidas,20 minutos mais tarde,das primeiras alforrecas e da inigmática fauna ediacarana
vista pela primeira vez por Reginald Sprigg na Austrália. Às 21h 4m entram em cena os trilobites,seguidos
mais ou menos pelos simétricos seres de Burgess Shale. Pouco antes das 22h 00m,começam a surgir as
plantas em terra. Pouco tempo depois,a menos de duas horas do fim do dia,surgem os primeiros seres terrestres.
Graças a uns dez minutos de clima ameno,às 22h 24m a Terra está coberta das grandes florestas carboníferas
cujos resíduos nos fornecem todo o nosso carvão,e manifestam-se os primeiros insectos voadores. Os
dinossáurios aparecem em cena,caminhando pesadamente,pouco antes das 23h 00m,e aguentam o balanço
durante uns três quartos de hora. Aos 21 minutos para a meia-noite desaparecem,e começa a era dos mamíferos.
Os humanos surgem um minuto e 17 segundos antes da meia-noite. Nesta escala,a totalidade da nossa existência
registada não seria mais do que alguns segundos e a duração de uma única vida humana apenas um instante. "
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.................................................................. " Breve História de Quase Tudo " , de Bill Bryson, um excelente 
livro de divulgação científica, com o qual " aprendemos tudo o que os nossos professores não nos ensinaram " -
como diz na contra-capa a American Book Review.