NOTA 123 - CORRER OU MORRER - de Kilian Jornet

1 - Ganhar não quer dizer acabar em primeiro lugar.Não quer dizer bater os outros. Ganhar é vencermo-nos
a nós próprios.Vencer o nosso corpo,os nossos limites e os nossos medos. Ganhar significa superar-nos a
nós mesmos e tornarmos os nossos sonhos realidade.
2 - Correr é uma arte,como pintar um quadro ou compor uma peça de música. E para criar uma obra de arte
é preciso ter em conta quatro conceitos básicos: técnica,trabalho,dom e inspiração.
3 - E depois destas e de muitas outras viagens a dar várias voltas ao mundo,pelo Japão,Malásia,Reunião,
Argentina,Canadá ... o que permanece não são nem os resultados nem os recordes. O que fica são as pessoas
que fui conhecendo ao longo do caminho ...
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KILIAN JORNET é campeão do mundo de corridas de montanha. È considerado o melhor corredor de trail do mundo.
Não tem rivais em skyrunning. Nasceu a 27/10/1976-tem pois 29 anos-,em Sabadell,Catalunha,perto de Barcelona
e junto a Andorra,em Espanha. Nasceu nos Pirineus,num refúgio de montanha,situado a 2.000 metros de altitude,
onde o pai era guarda. Aos 3 anos já tinha escalado o monte Plana,o Parafita e o rio Muga. E aos 6 anos,subiu
pela 1ª vez a um pico de 4.000 metros. Aos 10 anos,atravessou a pé,com a família,os Pirineus,em 42 dias.
Kilian Jornet sempre gostou daquele ambiente.Gostava de correr e de skyrunning e tinha condições fisiológicas
excelentes para a prática daquele desporto. Com muito trabalho,esforço e dedicação,tornou-se um fora-de-série. 
" Correr ou Morrer " é o livro que escreveu e publicou em 2011,e que tem esta 2ª edição portuguesa,de julho de
2015,e no qual relata parte das suas corridas e factos da sua vida familiar e social.
Começou a competir quando entrou para a Escola Secundária e ganhava tudo nas categorias mais baixas. Mas antes, 
quando era miúdo,quando lhe perguntavam o que queria ser quando fosse grande,respondia : quero ser
" contador de lagos ". Andar pela montanha,descobrir a profundidade dos lagos,atirando para o fundo uma pedra 
presa por uma corda,saber o comprimento e a largura,quais os rios que alimentam os lagos,que peixes têm,
como é a água,etc.
Kilian Jornet diz que é tímido e que tem um feitio muito reservado.E é alérgico a picadas de vespa. Passou a
correr todos os dias e a vida  continuou a girar á volta da competição. Quando tinha 18 anos caiu e partiu a
rótula e o metatarso da mão.Uma lesão grave que fez com que estivesse 3 meses com a perna engessada,
tempo durante o qual perguntava a si mesmo se recuperaria daquela lesão e se a sua carreira teria terminado.
Mas não terminou.
Correr também é ajudar. Uma vez,numa competição,quando seguia no pequeno grupo da frente,um dos 
elementos- o Tarcis - caiu,e o Kilian não hesitou.Travou bruscamente e deu a mão ao seu companheiro de
corrida caido.Os perseguidores alcançaram-nos,mas ficou o gesto de entreajuda para com um corredor em
dificuldade.
E de que provas é que Kilian Jornet fala neste livro ? Fala do " Tahoe Rim Trail " - um percurso circular
á volta do Lago Tahoe,na Califórnia,USA,com 165 milhas(cerca de 270 km),que percorreu "a solo", em
38 h 32 m. Com a ajuda de uma "equipa" de 10 pessoas:guias,patrocinadores,treinadores,equipa de
filmagem,massagista,etc.. Durante as cerca de 40 horas que durou a prova apenas dormiu 1 hora quando 
faltavam cerca de 100 km para a meta.
Fala da " Transpiranaica " -a travessia dos Pirineus a correr - outra prova que fez "a solo" com a ajuda do "staaf".
Foram os 8 dias mais intensos da vida de Kilian Jornet e onde,quase no fim,em Font-Romeu,estavam todos
à sua espera:amigos da universidade,de treino,da escola,professores e professoras,comerciantes e
empresários da restauração. Depois de cerca de 800 km em 8 dias e 3 horas.
Refere o " Ultra Trail do Monte Branco ",o mais mítico e prestigiado do planeta,em Chamonix,na Suiça.
E também fala do " Western States 100 Milhas ",nos Estados Unidos,prova que ganhou.
Descreve a subida e descida do Kilimanjaro,na Tanzânia,em África.O Kilimanjaro é uma importante fonte
de rendimento,pelos turistas que atrai,ansiosos por subir ao cume mais alto do continente africano.
E,durante as suas corridas,a companhia inseparável do seu iPod,onde ouvia os R.E.M. e muitos outros,
mas também a Suite para Orquestra nº 3 de Bach.
Bolo energético,1 gel de vez em quando,barras energéticas,bebidas isotónicas,água,sandes e numa Peugeot
Partner branca,na companhia da Naila,a irmã,a Mireia,a amiga e o Álvaro,o companheiro de corridas,
como sucedeu na corrida da Pierra Menta.
" Correr ou Morrer " - o relato frontal e sincero de um grande campeão,que só o é,fruto de muito trabalho,
dedicação e esforço.Mas também-como ele diz-de uma técnica e de um dom,que nasceu com ele.
Para quem estiver interessado nesta temática,quem gostar de correr e das corridas,a leitura deste livro é 
bastante agradável. E uma visita ao site Kilianjornet.cat e ao facebook kilianjornet ,também o é.