NOTA 105 - BREVE HISTÓRIA DA HUMANIDADE - de Cyril Aydon
Foram os Portugueses que mostraram o caminho. Os marinheiros portugueses tinham explorado as águas da costa ocidental
de África desde o início do século XV. Encontrando costas áridas e sem saberem nada sobre os reinos ricos do interior,partiram
do princípio de que estavam a passar ao largo de um continente estéril e vazio. Em julho de 1497, cinco anos após Colombo ter
desembarcado nas Baamas, Vasco da Gama,um comandante naval português de família aristocrática,encarregado pelo Rei de
encontrar o caminho marítimo para a Índia e fazendo-se acompanhar por intérpretes de árabe e de banto,largou de Lisboa com
uma esquadra de quatro naus. Em novembro de 1497 dobrou o Cabo da Boa Esperança e,durante os seis meses seguintes,
explorou a costa oriental do continente até ao porto de Malindi (no actual Quénia),onde o sultão local lhe disponibilizou os serviços
de um piloto que o levou a Calecute (a actual Kohzhikode), no sul da Índia. Era o início de um século de monopólio português
sobre o comércio marítimo entre a Europa e o sul e o sudeste da Ásia. Durante a maior parte do século XVI, este pequeno país,
de menos de dois milhões de habitantes,teve uma presença dominante no Oceano Índico e no comércio lucrativo que se
processava entre a Ásia e a Europa. Em 1580 já tinha duas colónias importantes da África meridional,assim como mais de uma
centena de feitorias comerciais mais a oriente. Não seria de esperar que um país tão pequeno pudesse sustentar indefinidamente
uma presença ultramarina tão desproporcionada em relação aos seus recursos e em concorrência com outros Estados de
maior dimensão,ávidos por tomar o seu lugar.
("Breve História da Humanidade",277/8)
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BREVE HISTÓRIA DA HUMANIDADE de Cyril Aydon,foi editado originalmente no Reino Unido em 2007 e tem esta edição
portuguesa de maio de 2010. Como se depreende desde logo pelo título do livro,o autor propôs-se traçar o longo caminho
que a Humanidade percorreu durante os últimos 150.000 anos "descrevendo o nascimento das grandes religiões,a ascensão
e a queda de impérios,as invenções,as mudanças de paradigma nos modos de pensar,governar e produzir -- a História da nossa
espécie baseada na investigação histórica e arqueológica mais recente,numa perspectiva que não a das minúcias da história
convencional - de reis,rainhas,batalhas e tratados - mas das ideias e das inovações que mudaram a nossa forma de viver e
moldaram o mundo actual"(contra-capa)
Mas começa mais cedo. Fala,por exemplo, de " Lucy " , o mais famoso dos fósseis hominídeos,descoberto em Hadar,na Etiópia,em
1974 e que pertence a uma espécie com cerca de 4 milhões da anos. O descobridor de " Lucy " - Donald Johansen - estava na
altura a ouvir a canção dos Beatles " Lucy in the Sky with Diamonds " ,daí o nome de " Lucy ".
Diz que o Homo Erectus (o homem que anda de pé) terá sido o primeiro a sair de África, mas só para períodos de há 150 mil
a 120 mil anos,encontramos em África restos de criaturas cuja estrutura corporal é tão parecida com a nossa que os biólogos
acham que se justifica incluir essas criaturas na espécie Homo Sapiens ( Homem Sábio ) e classificá-las como "seres humanos
modernos". Assim,a diferença entre os nossos antepassados de há 100 ou 150 mil anos e nós próprios torna-se uma questão
de grau e não de tipo.
E avança ! Há 30 mil anos,a população do mundo era,provavelmente,de cerca de meio milhão e diz que não houve uma
revolução agrária,mas várias,em várias partes do mundo,mas a que tem sido mais investigada ocorreu no "Crescente Fértil",uma
área que cobre o sul da Palestina,a Síria,o sul da Turquia,o norte do Iraque e a parte ocidental do Irão. Em 6.000 a. C. a
população do mundo seria da ordem de 10 milhões e dois mil anos mais tarde tinha aumentado para cerca de 30 milhões.
O primeiro de vários "berços" da civilização,a Mesopotâmia,na região do "Crescente Fértil",viu nascer uma forma de escrita-
a cuneiforme - que permitiu mais facilmente seguir o desenvolvimento desta civilização,o que permite dizer que,por volta de
3.500 a. C. as principais cidades da Mesopotâmia se converteram em cidades-estado. O 1º Império do mundo terá sido o
do Rei Sargon,de Akkad,no norte da Mesopotâmia,após a conquista do reino da Suméria em 2.334 a. C. .
E continua a falar de civilizações que se sucederam no tempo : O Egipto,uma poderosa civilização marítima; a civilização
minóica; os Fenícios e as suas cidades-estado independentes ( Tiro,Sídon,Bíblos,Berytus,etc) que acolhiam milhares de
artesãos que produziam peças de metal,tecidos finos e bordados,e com um comércio marítimo intenso em todo o mediterrâneo.
Diz o autor que há uma tradição forte segundo a qual os Fenícios fundaram Lisboa, mas que tal não está provado. Lisboa,
" um dos mais magníficos portos naturais do mundo ".
O mundo dos Gregos ! " Grego " foi o nome que os Romanos mais tarde lhes deram Eles designavam-se a si próprios por
helenos. A " Polis " grega,ou cidade-estado incluindo "o corpo de cidadãos que decidia colectivamente como a comunidade
devia ser governada". Os Jogos Olímpicos que eram o mais importante de uma série de festivais de atletismo onde cada um
competia pela glória da sua "Polis". Atenas,a cidade mais populosa da Grécia continental;Siracusa e Ácragas,duas cidades
situadas na ilha da Sicília. E a rival de Atenas, Esparta.
Foi em Atenas que a luz da civilização grega mais brilhou. Pela primeira vez terá sido levada á prática a experiência da
Democracia." Em 507 a. C., o chefe dos magistrados,Clístenes,determinado a limitar a influência das famílias nobres na condução
dos assuntos públicos "entrou em parceria com o povo". Os direitos e os deveres públicos deixaram de ser baseados na família
ou no clâ e passaram a ser baseados no estatuto de cidadão membro de uma "deme",uma vila,que mantinha o registo dos seus
próprios cidadãos.
Em 326 a. C. Alexandre Magno iniciou a conquista das cidades-estado gregas e pôs fim á sua independência. Roma,o Império
Romano,o Judeismo e o Cristianismo e as invasões bárbaras ( Godos,Vândalos,Suevos,Visigodos) dos sécs. IV e V,são outros
temas que o autor trata a seguir. Mas,como é evidente,num apontamento como este,não é possivel referir os múltiplos assuntos
tratados nesta "Breve História da Humanidade" . Porém,como o livro não possui índice remissivo,vou deixar aqui,a título de exemplo,
alguns tópicos,com indicação de algumas páginas onde se encontram : o Cristianismo e o Judaísmo(114); o Induísmo e o
Budismo(122); Confúcio(132); o Islão(153); a "jihad",guerra santa(156); a peste(190); a China unida(213); os Mongóis(202);
a 1ª Cruzada(185); o livro mais antigo(210); os Incas(224); o Estado-Nação(232); o Infante D.Henrique(233 e segs.) ;
o Tratado de Tordesilhas(238); Fernando Cortez(239); Francisco Pizarro(243); a Guerra dos 7 Anos(256); as Letras de
Câmbio e o Crédito Bancário(262); o Renascimento(272); Copérnico e Galileu(268); a Reforma e Martinho Lutero(270);
Kepler e Newton(270); Camões e "Os Lusíadas"(274); Vasco da Gama(278); o Império Mongol(281); Comerciantes portugueses
no Japão(286); A Rússia(292); os escravos(298); as expedições de James Cook(302); a Independência da América(303);
a Independência do Brasil(315); a Revolução Francesa(309); Napoleão(311); o sistema métrico(314); Simão Boliver(316);
A Riqueza das Nações,de Adam Smith(319); a máquina a vapor(323); a Revolução Industrial(329); o caminho de ferro e o
telégrafo(339); o código morse(340); a viagem do "Beagle"(343); Charles Darwin(345); os USA e a Guerra Civil americana
(348/352); a Prússia(353); a Índia(355); a China(357); Sun Yat-sen,o "pai" da China moderna(375); a electricidade(377);
a Argentina,e o Brasil(388); a 1ª Guerra Mundial(393); a gripe(401); Marx e Engels(362); a Grande Depressão(410);
Keynes(413); a 2ª Guerra Mundial(417); o Paquistão e Israel(429); a "Cortina de Ferro"(431); Bombas atómicas(432);
o Japão(434); a C.E.E.(437); a 3ª Revolução Industrial(442); todos pobres,na Irlanda(451); a 2ª Guerra Fria(456); o Petróleo(457);
Gorbachev e Reagan(459); o Muro de Berlim(459); uma nova China(463); o Fim da História(470); o mundo hoje(475);
mundo desigual(478);danos do lucro(483); as grandes cidades(479); as línguas(480); "História"-um ciclo,não uma marcha(488);etc.
No final do livro é apresentada uma Cronologia da História do Mundo, com as datas mais importantes.
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"BREVE HISTÓRIA DA HUMANIDADE" de Cyril Aydon - 500 páginas para um trabalho minucioso e bem documentado,de um
autor que não é um historiador de profissão,mas que produziu um livro para o grande público,fácil de ler e de compreender.
