--NOTA 67 - A QUEDA - de Albert  Camus --      

  " Em Paris,dirigia-me eu para a margem esquerda,para casa,pela Pont Royal.Passei por  
detrás de uma forma debruçada sobre o parapeito e que parecia olhar o rio.De mais perto,distingui uma mulher nova e esguia,vestida de
negro. Entre os cabelos escuros e a gola da capa,via-se apenas uma nuca,fresca e molhada,à qual fui sensível.Mas segui caminho,
depois de uma hesitação.Ao fim da ponte,meti pelo cais,direito a Saint-Michel,onde eu morava.Tinha percorrido já uns cinquenta
metros,mais ou menos,quando ouvi um baque,que,apesar da distância,me pareceu formidável no silêncio nocturno,de um
corpo que tomba na água.Estaquei,mas sem me voltar.Quase imediatamente ouvi um grito,várias vezes repetido,que descia
também o rio e depois se extinguiu bruscamente.O silêncio que se seguiu,na noite subitamente parada,pareceu-me interminável.
Quis correr e nem me mexi.Tremia,julgo eu,de frio e de surpresa.Dizia para mim mesmo que era preciso agir rápidamente e
sentia uma fraqueza irresistível a invadir-me o corpo.Esqueci-me do que então pensei."Tarde de mais,longe de mais...",ou
qualquer coisa deste género.Escutava ainda,imóvel.Depois,em passos rápidos,debaixo de chuva,afastei-me.Não preveni
ninguém."                                                                                                                       (  A QUEDA,pág.76)      
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A QUEDA - de Albert Camus
               ALBERT CAMUS nasceu a 7/11/1913,em Mondovi,Argélia e faleceu a 4/1/1960,com 46 anos,em Villeblevin,França,
num acidente de automóvel,quando fazia uma viagem para Paris na companhia da família Gallimard.(o carro despistou-se
e embateu numa árvore.Camus teve morte imediata.)
               Foi escritor(romancista,ensaísta,dramaturgo) e filósofo e ainda jornalista e militante da Resistência francesa.Pertencia
a uma família pobre,viveu na sua terra natal sob o signo da guerra,da fome e da miséria e foi com dificuldade que se doutorou
em Filosofia,com uma tese sobre Santo Agostinho,depois de no mestrado ter dissertado sobre o neoplatonismo.Foi galardoado
com o Prémio Nobel da Literatura de 1957.Conheceu Jean-Paul Sartre em 1942 devido ao livro "O Estrangeiro",sobre o qual
Sartre escreveu ilogiosamente dizendo que gostava de conhecer o autor.Um dia,numa festa em que estavam os dois,Camus
apresentou-se a Sartre dizendo ser o autor do livro.A amizade durou até 1952,quando a publicação de "O Homem Revoltado"
provocou um desentendimento público entre Sartre e Camus.Escreveu,entre outros:"O Estrangeiro",romance,1941;O Mito de
Sísifo",ensaio sobre o absurdo,1942;"A Peste",1972;"O Homem Revoltado",ensaio filosófico,1951;"A Queda",1972;"O Exílio
e o Reino",contos,1957.
                A  QUEDA é um livro fácil de ler,mas,até certo ponto,difícil de entender.Estamos perante um texto onde apenas
existe um personagem a falar,embora fale para um interlocutor,a quem chama " meu caro compatriota ",que,no entanto,
nunca intervem na conversa.O livro é,pois,um monólogo no qual o protagonista expõe os seus pensamentos e faz as suas
confissões sobre a vida,enquanto o interlocutor se limita a ouvir e a acompanhar o raciocínio de quem fala.
                E quem fala e o que diz ? Quem fala é Jean-Baptiste Clamence,que foi advogado em Paris,antes de ter ido viver
para Amesterdão,onde mora no bairro judeu,de onde Hitler deportou ou assassinou 75.000 judeus durante a 2ª Guerra 
Mundial.E que faz Jean-Baptiste Clemence em Amesterdão ? Bem! agora já não exerce a advocacia,embora seja "consultor
jurídico" dos habitantes do bairro onde mora.Passa os dias á conversa com quem calha,nomeadamente com os tripulantes e passageiros dos navios que chegam a Amesterdão,num bar chamado " México-City",propriedade do "gorila" e onde tem
oportunidade de falar de si,da sua vida,e,presume-se,ouvir o que os outros lhe dizem da vida deles."(Diz Clemence:"eu prego
na minha igreja de México-City"). Estamos,pois perante um livro onde o protagonista conta a sua vida,profissional e pessoal,
áqueles que encontra,no meio de uns copos de genebra,a "única claridade nestas trevas".
              E agora é que começa a dificuldade,porque Jean-Baptiste Clemence não é uma pessoa qualquer.É um advogado,
com ar de jogador de rugby,que fora rico,e sempre tinha sido um profissional irrepreensível,que gostava de estar "no lado
bom" e cultivava a cortesia,a generosidade e apreciava os deleites da profissão.Tinha-se pois em grande conta.E é disso
mesmo que ele fala:"O sentimento do direito,a satisfação de ter razão,a alegria de nos estimarmos a nós próprios são,
caro senhor,molas poderosas para nos suster de pé  ou nos fazer avançar". Fala de uma "vida em pleno êxito" e diz que
"achava-me um pouco super-homem".
             Mas as coisas mudaram.E mudaram quando se deu o episódio com que abre este comentário:a queda de uma 
mulher no rio sena,em Paris,à qual o Clemense assistiu,impávido e expectante,e nada fez para salvar a mulher.E,a
queda daquela mulher foi também a queda do Jean-Baptiste Clemense do pedestal onde se colocara.Afinal,não era
nenhum super-homem e nem sempre estava "do lado bom".Aqui,ele falhara,onde não devia ter falhado.No auxílio a
quem precisava.
            Bem ! a partir de então passou a ser outro.Mais modesto,menos convencido,mais identificado com "o outro lado"
da vida.Assim,descobre o absurdo da vida,as angústias,os dilemas e os conflitos do dia a dia.E fala neles no livro.
Diz-se "meio Cerdan,meio De Gaulle",fala das "aventuras amorosas pouco brilhantes",da solidão ("compreendi que não tinha
amigos" e " ah!,meu amigo,sabe o que é a criatura solitária,errando através das grandes cidades ?...",dos olhos da alma
("...se há uma alma e se ela tem olhos! Mas,aí está,não se sabe ao certo,nunca se sabe ao certo" , dos juízes pelos quais
tinha "um desprezo institivo em geral",mas depois acaba por lhes chamar  "nossos irmãos". Fala das prisões("o senhor
conhece aquela cela de masmorra a que na Idade Média chamavam o "desconforto" ?) e da cela dos escarros e diz que
não vale a pena esperar pelo juízo final,pois ele "realiza-se todos os dias". Refere que "a escravatura,oh,isso não,nós
somos contra",mas "a servidão,de preferência sorridente,é pois inevitável. A riqueza ? "todos procuram ser ricos.Porquê ?...
porque a riqueza nos livra do julgamento imediato...". Fala das visitas que fazia aos "cafés especializados  onde se reuniam
os nossos humanistas profissionais" e dos "meses de orgia" que viveu "numa espécie de nevoeiro onde o riso se tornava
surdo a pontos de acabar por já não o distinguir". Aborda a religião e diz que "conheceu um romancista ateu que rezava
todas as noites" e sobre Jesus refere que "ele próprio sabia que não estava completamente inocente",referindo-se ás
crianças da Judeia massacradas,enquanto os pais de Jesus o levavam para lugar seguro... e afirma que foi "Papa" num
campo de concentração e gosta de cães "porque perdoam sempre". Conta episódios da 2ª Guerra Mundial na Tunísia e
confessa que tem na sua casa um quadro furtado em 1934,em Gante,na Catedral de Saint-Bavon,de Van Eyck--"Os Juízes
Íntegros" e explica como é que lá foi parar.Diz que agora é juiz penitente,embora não se saiba bem o que isso é,mas terá
a ver com a "prática da confissão pública" a que agora se dedica. Em suma,chega á conclusão de que "quando formos
todos culpados,será a democracia" e repete sem cessar as palavras que,há anos,não cessam de retinir nas suas noites :
"oh pequena,deita-te de novo á água para que eu tenha pela segunda vez a sorte de nos salvar a ambos ! "
         E quem é,afinal,o interlecutor que,durante 5 dias o ouviu e a quem chama "meu caro compatriota" ?  Vem-se a saber
no final : "Ah,o senhor exerce em Paris a bela profissão de advogado! Eu bem sabia que éramos da mesma raça ".   
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NOTA  -  Duas " gralhas " resistentes

           O contrato comercial " Da Conta em Participação " que estava regulado nos arts. 224º a 229º   

   do Código Comercial,passou a estar previsto,com o nome de " Da Associação em Participação ",

          no Decreto-Lei nº 231/81,de 28/7.O referido decreto-lei não sofreu qualquer alteração até á presente

      data.Contudo,foi publicado com um erro tipográfico--na gíria,uma "gralha"--pois,no preâmbulo e no

artº 32º,em vez de referir "artº 229º" refere "artº 227º do Código Comercial.Essa gralha não foi

             retificada.Nos termos do nº 2 do artº 5º da Lei nº 74/98,de 11/11( com a 4ª alteração da Lei nº 43/2014,

         de 11/07),as declarações de retificação de diplomas legais,devem ser publicadas no prazo de 60 dias

  a partir da publicação do respectivo diploma no Diário da República.O Dec.Lei nº 231/81,de 28/7,

        não foi retificado,pelo que " a gralha " se tem mantido ao longo do tempo. Podia não ter importância,

  mas tem alguma.O facto do Dec.Lei nº 231/81 continuar a afirmar que a "Conta em Participação"

    estava regulada nos arts. 224º a 227º do Código Comercial,quando de facto estava nos arts. 224º

       a 229º ,e continuar a referir que revogou os arts. 224º a 227º do Cód.Com.,quando revogou os arts.

             224º a 229º , tem conduzido a que nos tribunais,nomeadamente na Relação e no Supremo Tribunal de

                     Justiça,alguns Srs. Juìzes Desembargadores e Conselheiros continuem a escrever nos seus Acordãos que 

                      o  Dec.Lei nº 231/81,de 28/7,revogou os arts. 224º a 227º do Cód. Com.(por exemplo,Ac.R.C.,de 9/9/14,Procº

                  499/11, in dgsi.pt ; Ac.STJ,de 25/3/10,Proc.682/05,in dgsi.pt ; Ac.STJ,de 15/5/2003,Procº03B1255,in dgsi.pt;

                  Ac.STJ,de 16/02/2016,Procº17099/98,1ªsecção,in dgsi.pt-onde se afirma que o Código Comercial dedicava 

à Conta em Participação os arts. 224º a 227º). 

                É uma situação que,embora não seja grave,é anómala e deve ser corrigida.Contudo,como vimos,a actual

                       redação do nº 2  do artº 5º da Lei nº 74/98,de 11/11,impede a retificação dos diplomas legais,passado o prazo

                               o prazo  de 60 dias após a sua  publicação.Porém,não nos parece que esta redação seja a que melhor defende  

uma ordem jurídica correcta,sem erros desnecessários nos diplomas legais que a compõem.

 

 

        

 

Notícias

Nota aos Visitantes

01-02-2015 14:25
Mantenha os seus visitantes informados quanto às novidades e eventos; a actualização regular do website incentiva visitas regulares. Mais, pode utilizar os feeds RSS para divulgar novos artigos directamente aos seus leitores.

Website lançado

01-02-2015 14:24
A nossa nova página de Internet foi lançada hoje. Conte aos seus visitantes porquê criou este site e como esta página pode beneficiá-los. Descreva os seus objectivos e as vantagens deste projecto. Tente de uma forma breve dar razões aos seus visitantes para que voltem à sua página.

Apresentação

01-02-2015 13:29
 1-   Com o objectivo de passar para aqui algumas das NOTAS que estão na minha página do facebook --o que não quer dizer que as tire de lá--e de escrever mais qualquer  coisa que os dias irão dizendo,criei este site, por forma a aproveitar as novas tecnologias e as possibilidades de...

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   NOTA  66 - OS DADOS ESTÃO LANÇADOS - de Jean-Paul Sartre

                                Pedro volta-se e vê um grupo de pessoas vestidas segundo as mais variadas épocas:

mosqueteiros,românticos,contemporâneos,modernos e,entre eles,um velho com um chapéu de três bicos,

vestido à moda do séc.XVIII que o interroga amávelmente:

       --É novo ?

       --Sou...e o senhor ?

    O velho ri e,indicando o fato,diz:

       --Fui enforcado em 1778.

                                                              (Os Dados Estão Lançados,pág.37)

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...............................................................................    Numa das minhas viagens a Paris,creio que em Abril de

2006,quando lá fui correr a maratona,tive oportunidade de visitar a campa de Jean-Paul Sartre e de Simone

de Beauvoir,no cemitério de Montparnasse.O hotel onde fiquei estava próximo e fui a pé até Montparnasse e,

depois da visita,segui para Montmartre.Uma campa simples e modesta,mas bem cuidada e com flores,que

assinala com dignidade a passagem pela Terra destes dois grandes vultos da cultura europeia.

         Jean-Paul Sartre nasceu em Paris a 21/6/1905 e faleceu também em Paris a 15/4/1980.Foi filósofo,

escritor e crítico francês,representante do existencialismo e defendeu que os intelectuais deviam desempenhar

um papel activo na sociedade.Apoiou causas políticas de esquerda com a sua vida e a sua obra e recusou

distinções e funções oficiais--recusou-se a receber o Prémio Nobel de Literatura,de 1964.Dizia que,no caso

humano,a existência precede a essência,pois o homem primeiro existe,depois se define,enquanto todas as

outras coisas são o que são,sem se definir,e por isso sem ter uma "essência" posterior á existência.Escreveu,

entre outros,"A Náusea",romance,1938;"O Ser e o Nada",tratado filosófico,1943;"As Mãos Sujas",teatro,1948;

"Os Dados Estão Lançados",romance,1947;e "As Palavras",autobiografia,1964.(cfr.wikipédia.org/jean-paul sartre)

       "Os Dados Estão Lançados" giram á volta da história de Eva Charlier e de Pedro Dumaine.Eva Charlier,uma

mulher distinta e rica,casada com André Charlier,secretário da Milícia do regime.Pedro Dumaine era um operário

e fundara a Liga para a Liberdade,uma organização revolucionária que combatia o regime que a Milícia defendia.

O livro começa com a morte de ambos.Eva Charlier,quando estava doente,é envenenada pelo marido,e Pedro

Dumaine,quando seguia de bicicleta é morto a tiro por um elemento a soldo da Milícia:Luciano Derjeu.

       Depois,ambos se encontram na "vida dos mortos" ou "vida da alma" (a alma é tudo o que nos resta-diz Eva

Charlier) e criam amizade e amor entre si.Aí ficam a saber quem os matou e encontram uma série de pessoas,

das mais variadas épocas.Os mortos veem-se e ouvem-se uns aos outros,mas os vivos não os veem,nem ouvem,

nem dão por eles.Encontram uma família inteira da alta nobreza,do séc.XIX á Idade Média,todos mortos,que

acompanha o último descendente vivo,e Eva acaba por encontrar o próprio pai.Pedro encontra na casa do Regente,

o Rei do país de há 400 anos que se insurge contra a falta de educação do regente("no meu tempo eram respeitados

os meus móveis").Eva e Pedro passeiam e descansam na esplanada de um Parque,onde um casal de jovens pede

"dois cálices de Porto" e acabam por ir dançar.

      Como parecem feitos um para o outro,nos termos do artº 140 do Livro Grande dos Registos dos Mortos,é-lhes

dada uma outra oportunidade de voltarem ao reino dos vivos.Diz o artº 140º -"se,em consequência de um erro

únicamente imputável à Direção,um homem e uma mulher,destinados um ao outro,não se tenham encontrado

em vida,poderão pedir e obter autorização de voltar á terra sob certas condições,para aí poderem amar-se e

viver a vida em comum de que tinham sido injustamente privados.E assim acontece.Eva,afinal não morreu com

o veneno que o marido lhe pôs no copo e Pedro não morreu com a bala disparada pelo Luciano.De novo no

reino dos vivos,Eva e Pedro estavam em exâme durante as 1ªs 24 horas,para saber se teriam direito a uma

nova vida humana.

        Quando ainda estavam no reino dos mortos,um operário que sabia que eles iam voltar á terra,pediu-lhes

um favor.Uma sua filha de 8 anos era maltratada pela mulher e pelo amante e ele pedia para a tirarem daquele

ambiente familiar degradado e levá-la para outro local mais adequado.Eva e Pedro prometeram que a iriam

buscar á rua Stanislas,nº13.E cumpriram a promessa.Foram buscar a Maria Austruc,que vivia num ambiente

de miséria.Eva deixa um maço de notas,mas mesmo assim é á força e contra a vontade da mãe e do amante

que levam a criança para uma casa dos arredores onde é acolhida em condições dignas e saudáveis. 

--Diz Eva Charlier: pelo menos nisto fomos bem sucedidos.

           Mas,em relação a eles,a história foi outra.Nem sempre o amor triunfa.A vida é feita de um conjunto de

interesses que podem competir entre si.Interesses profissionais,sociais,de empenhamento político,religioso

ou desportivo.E também há o carácter,os vícios e os erros dos próprios intervenientes. Eva e Pedro voltaram

á terra,mas tinham 24 horas para provar que o amor triunfava sobre tudo o resto.Estavam em exâme.Mas

reprovaram no exâme.Não foram as diferenças sociais que os levaram á derrota,pois Eva Charlier abandonou

a vida de luxo e de riqueza que levava,para seguir Pedro Dumaine para uma nova vida,mais modesta e pobre.

Foi o envolvimento político de Pedro,durante o tempo do exame,que conduziu á derrota.E quando Pedro

Dumaine é novamente atingido a tiro por Luciano Derjeu,Eva Charlier também morre,por simpatia.E assim,

regressam ao reino dos mortos.

     Aí,voltam a encontrar o velho do séc.XVIII,sempre bem disposto,que lhes pergunta :

          -- E vocês os dois ...não conseguiram?...

          -- Não! - diz Eva Charlier -, não  conseguimos! Os dados estavam lançados.      

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NOTA 80 - VAN GOGH - a Luz e a Cor - de Pascal Bonafoux

                   1 - O destino é terrível e a glória perversa.Oito anos pintou Van Gogh.Foi desprezado,escarnecido,

ignorado,pelo melhor.Raros foram os que então olharam para a sua pintura. (Pascal Bonafoux,2)

                    2 - Os pintores são gente que compreende a natureza;amam-na e ensinam-nos a ver.(Van Gogh,18)

                   3 - Não somos nós,os do presente,que somos a decadência.Gauguin e Bernard falam agora em fazer

"pintura de criança".Gosto mais disso do que da pintura dos decadentes.Como é possìvel que as pessoas vejam

no impressionismo alguma coisa de decadente ? E no entanto é exactamente o contrário.(Van Gogh,159)

                  4 - Quando digo que sou um pintor de camponeses é porque é realmente assim,e o tempo mostrar-te-á

muito melhor ainda que é aí que me sinto à vontade.(Van Gogh,71)

                                                         ..............................;;;;;;;;;...........................

            Vincent VAN GOGH (30/3/1853-29/7/1890) nasceu em Groot-Zundert,no sul da Holanda.Foi vendedor de

arte,professor e pregador religioso,nomeadamente nas minas de carvão do Borinage,antes de ser pintor,a partir

de 1880.Depois de residir em diversos locais(Londres,Amesterdão,etc.)mudou-se para Paris,em 1868 a aí aprendeu

a pintar retratos e a usar as cores.Fez pelo menos 20 auto retratos nesse período.Mas não gostava da vida na cidade

e mudou-se para Arles,na Provença,em 1888.Nos últimos anos de vida realizou muitos trabalhos e a maioria das

suas obras primas.Contudo,sofria de conflitos internos e esteve internado num hospital.Em 27/7/1890,deu um tiro no

próprio peito e faleceu 2 dias depois.Seu irmão Teo,que o mantinha,herdou a coleção.Em vida só vendeu 1 pintura.

Ficou famoso pela maneira como usava a luz e a cor.Espalhava a tinta na tela com grossas pinceladas ou com uma

espátula.Influenciou a maioria dos grandes movimentos artísticos do séc.XX.As suas maiores obras são,para alguns

críticos,os Auto-retratos de Van Gogh,Os Girassóis,Os Comedores de Batatas,,O Quarto de Arles,Noite Estrelada e

Íris.(cfr. wikipedia/van gogh)

     Uma vida atribulada a de VAN GOGH.Atribulada e difícil.Pobre,solitário,mal conheceu o afeto.Por duas vezes,viu

ser-lhe negada "a mão" de uma mulher para a vida.Primeiro,com Ursula,filha da Srª Loyer,que diz a Van Gogh que

"estava noiva em segredo";mais tarde,com Kate,filha do pastor da igreja Stricker que lhe diz "não,nunca,nunca na

vida".Acaba por se enamorar de uma prostituta,Sien,mas com a oposição da família de Van Gogh,essa relação

também pouco dura.Será sempre um homem solitário,com um carácter conflituoso.Aliás,censurava-se "por ser

incapaz de ter relações normais seja com quem fôr".O irmão Theo é o seu grande amigo,com quem troca abundante

correspondência.E mecenas.É Theo quem paga uma "mesada" a Van Gogh para que este vá sobrevivendo.

    Van Gogh só pintou nos últimos 10 anos da sua vida.Contudo,já desenhava desde pequeno e,vê-se pelos desenhos

feitos quando tinha 9 e 11 anos,que gostava de desenhar.Embora só tivesse pintado nos últimos anos de vida,cedo

se ligou á arte,como vendedor de reproduções na empresa Goupil et Cie,a mesma ocupação que tinha o irmão Theo.

Depois,atravessou uma fase mística,durante a qual quis ser padre,mas reprovou na admissão á Universidade de

Teologia de Amesterdão.Chegou a fazer mortificações.Ou seja,inflige-se a si próprio bastonadas nas costas e

dorme ao relento nas noites mais frias.Então,só Deus lhe importa.Em 4/11/1876,pronuncia o seu 1º sermão :" não

sou mais do que um hóspede sobre a Terra..."

     No inverno de 1878,Van Gogh parte para o Borinage para "pregar o Evangelho aos pobres e a todos os que

dele têm necessidade".Aí,nas minas de carvão(no mesmo cenário que serviu para Émile Zola escrever "O Germinal"),

é mais um pobre,entre os pobres.Mas a igreja rejeita-o devido ao "excesso do seu empenhamento".E esta fase 

religiosa,acaba.Declara ao seu pai que acha horrível a religião,que desconfia dela como de uma fatalidade.O pai

expulsa-o.

        Então,volta-se para a pintura.Mas o trabalho obstinado abate-o ainda mais.Diz Van Gogh:"Por vezes,não

consigo aperceber-me de que mal tenho 30 anos;na verdade,sinto-me muito mais velho".Esgotado e miserável,

entra em 7/6/1882 no hospital municipal de Haia,onde permanece 23 dias.Mas recupara e acaba por ir parar a

Antuérpia,em mais uma viagem sem ilusões.Diz Van Gogh:"As coisas passar-se-ão provavelmente como é hábito

em todo o lado,quero dizer,decepcionar-me-ei".E assim foi de facto,já que,pouco depois,foi para Paris,onde,

finalmente,descobre a pintura dos impressionistas e onde se familiariza com alguns nomes do impressionismo:

Toulouse-Lautrec,Manet,Monet,Renoir,Sisley,Degas,Camille Pissaro,Gauguin,etc..E,a pouco e pouco,Van Gogh

chama a si os temas caros aos impressionistas.Van Gogh e Gauguin são os pintores do "petit boulevard";Monet,

Renoir,Degas,Sisley,são os pintores do "grand boulevard".

     Mas Van Gogh cansa-se de Paris.E vai para Arles,onde passeia todo o dia pelos campos em redor,mas mantem

o seu ar solitário e mal se relaciona com a comunidade local.Quem o terá convencido a ir instalar-se ali? Não há

resposta para esta pergunta,diz o autor.Escreve cartas ao irmão Theo,a Gauguin,a Bernard,a Toulouse-Lautrec,

sem nunca ter resposta.Tem 35 anos.Aluga a "casa amarela" em Arles,com a ideia de fundar um atelier.Aí,dormia

por cima do café da Estação.Espera que Gauguin o visite e pinta com afinco.Pintou 6 vezes o "Retrato do Carteiro

Rolin",o seu único amigo em Arles.

      Gauguin chega a Arles em 28/10/1888 e instala-se num dos quartos da "casa amarela".Nos primeiros tempos,

os dois pintores trabalham e discutem sem descanso.Mas,apenas um mês depois da chegada de Gauguin,as

discussões transformam-se em confronto aberto.E Gauguin quer deixar Arles.Em 23 de Dezembro,Gauguin vai

passear sózinho depois do jantar.Dirige-se á cidade.De repente ouve atrás de si passos bruscos.Quando se volta,

Van Gogh precipita-se sobre ele,com uma navalha de barba aberta na mão.Mas estaca e depois regressa á "casa

amarela".No dia seguinte,a polícia anuncia a Gauguin a morte de Vincent Van Gogh.Mas Van Gogh não morre.É

levado para o hospital de Arles.Contudo,recusa ser alimentado e tem de ser isolado.Mas recupera e regressa á

"casa amarela" em 7/1/1889.Gauguin parte e Van Gogh chama-lhe "um pequeno tigre!um Bonaparte do impressionismo"

que "abandona sempre os seus exércitos na miséria".A solidão invade-o e Van Gogh diz:"Oiçam!deixem-me continuar

tranquilamente o meu trabalho;se é o de um louco,bem...tanto pior.Nesse caso,já nada posso fazer".E continua a

pintar.Mas em 7/2 é de novo internado no hospital e tem medo que o envenenem.O médico diz que Van Gogh tem

alucinações.E começa a circular no bairro uma petição:o pintor holandês perdeu a razão e é um perigo permanente

para os vizinhos.Acaba por dar entrada num hospício e envia ao irmão Theo 2 caixotes com pinturas.Diz Van Gogh:

"Lá dentro vai um monte de côdeas...Ora eu,como pintor nunca significarei nada de importante.Sinto-o no meu

mais fundo". (como se constata hoje,Van Gogh enganou-se redondamente...)

      Continua a pintar no hospício e recopia algumas das suas próprias telas,como é o caso do "quarto de dormir

em Arles".Passa o inverno no asilo e vende pela 1ª vez uma pintura,a única que venderá em vida:"A Vinha Vermelha"

é vendida por 400 francos a Anna Boch.Mas já não suporta o asilo!"aguentei mais de um ano.Faz falta o ar!...".Deixa

o asilo e vai visitar o irmão Theo a Paris e vê algumas exposições.Mas não permanece em Paris.Vai para Auvers,ao

encontro do Dr.Paul Gachet que,passados uns dias,convida Theo e a mulher a passarem um domingo em Auvers-

-sur-Oise.Van Gogh pinta o "Retrato do Dr.Gachet",um dos seus quadros mais famosos.Continua a pintar,mas vive

na solidão habitual.No dia 27/6/1890,os vizinhos veem-no regressar a casa ferido e a esvair-se em sangue e

encontram-no estendido na cama.O Dr.Gachet desiste de extrair a bala de revolver que passou sob o coração.

Á uma e meia de 29/7/1980,Vicent Van Gogh morre,com 37 anos de idade,na presença do irmão Theo que tinha

acudido ao seu leito. Theo,por sua vez,faleceria passados apenas 6 meses,com 33 anos de idade.

      VAN GOGH pintou cerca de 870 quadros e é hoje--ao contrário do que ele pensava--um dos pintores que o

grande público melhor conhece.

        ..................................................POST SCRIPTUM -  Os autores Steven Naifeh e Gregory White Smith,no

seu livro "Van Gogh The Life",de 2011,veem defender que a causa da morte de Van Gogh não foi suicídio,mas

sim o facto de ter sido vítima de disparos acidentais feitos por dois adolescentes que ele tentou proteger,não os

denunciando.Contudo,esta teoria não pode ser considerada como provada,pelo que se mantem a dúvida sobre

a causa da morte de Van Gogh.Mas é uma dúvida com fundamento.Ninguém viu Van Gogh disparar contra si;

ninguém viu Van Gogh com uma arma e a arma nunca apareceu.Dizem estes autores que,nos últimos meses

da sua vida,Van Gogh passeava acompanhado por dois irmãos adolescentes-René e Secretan-Gaston-pelos

campos e estradas perto de Auvers-sur-Oise.Um dos irmãos era um bocado rufia e costumava andar armado com

uma pistola  calibre 38.Toda a evidência parece indicar que uma bala perdida saiu dessa pistola,enquanto

brincavam e feriu mortalmente Vicent Van Gogh enquanto pintava ao ar livre.

      Se o artista se queria matar,porque é que voltou para casa,onde o podiam salvar ? perguntam,com razão,os AA..

NOTA 42 -  A FÍSICA  DO  FUTURO  -  de Michio Kaku

             1 - Este livro não é uma obra de ficção,um produto da imaginação inflamada de um argumentista de Hollywood,

baseando-se,ao invés,na ciência sólida que está a ser praticada nos principais laboratórios de todo o mundo.

              2 - Todos os progressos científicos  mencionados neste livro são compatíveis com as leis da física conhecidas.

Já existem protótipos de todas as tecnologias mencionadas neste livro.O livro é escrito por um "iniciado" (cientistas que

de facto criam o futuro nos seus laboratórios) que observou directamente  as tecnologias  na vanguarda da investigação.

                                                              ..........................;;;;;;;;;;;;...........................

              Gostava de saber como vai ser o Mundo  nos próximos 100 anos ? Então,leia o livro "A Física do Futuro",escrito

pelo ilustre cientista Michio Kaku,físico quântico,Professor Catedrático de Física Teórica na Universidade de Nova York,

e excelente divulgador de temas científicos,que pode ver e ouvir,com alguma frequência,por exemplo,no canal televisivo

Discovery Scienc. "A Física do Futuro"-como a ciência moldará o mundo nos próximos 100 anos,foi editado em Portugal

em 2011,com base na edição original "The Phisics of The Future",in E.U.A..

         Estamos pois,perante um livro científico,escrito por um consagrado professor universitário,que se movimenta

actualmente entre os mais altos lugares da investigação científica,e que tem a capacidade-e a vontade-de pôr parte do

seu saber ao serviço do público,através de livros,como este,ou por meio de programas de divulgação científica. Como

se diz na contra-capa,em "A Física do Futuro",Michio Kaku apresenta-nos uma esmagadora,apaixonante e provocadora

visão do século que aí vem,com base nas entrevistas feitas a mais de 300 cientistas que,neste momento,já estão a

inventar o futuro nos seus laboratórios.O resultado é uma discrição plena de rigor científico sobre os desenvolvimentos

que podemos esperar na medicina,na informática,na inteligência artificial,na nanotecnologia,na produção de energia,etc.

   Em 2100,possivelmente,controlaremos os COMPUTADORES com pequenos sensores no nosso cérebro e,como os mágicos,

deslocaremos os objectos à nossa volta com o poder da MENTE.As nossas casas inundadas de inteligência artificial e as

nossas lentes de contacto com internet permitir-nos-ão aceder a toda a informação que queiramos,á escala mundial, e ficar

na presença de quem desejarmos nun piscar de olhos.Os AUTOMÓVEIS conduzir-se-ão sozinhos,com GPS,deslocando-se

em almofadas de ar,sobre campos magnéticos.Através da medicina molecular os cientistas poderão criar qualquer orgão

do corpo humano e curar doenças genéticas.Milhões de pequenos sensores de ADN e nanopartículas,patrulharão as nossas

células sanguíneas procurando detectar os primeiros sinais de doença,e os avanços genéticos permitir-nos -ão abrandar

ou mesmo reverter o processo de envelhecimento.A esperança média de vida alargar-se-à espantosamente.

   NAVES ESPACIAIS usarão a propulsão a "laser" e talvez seja possível apanhar o ELEVADOR ESPACIAL,carregar no

botão "para cima" e fazer uma visita ao espaço,depois de,em minutos,percorrer milhares de quilómetros.

     Não estamos perante um livro de ficção científica,como os de JÚLIO VERNE,embora este grande romancista tenha

conseguido antever o que se iria passar num espaço de 100 anos "com precisão de cortar a respiração",pois,segundo 

os seus biógrafos,Júlio Verne,apesar de não ser cientista,andava sempre atrás dos cientistas,atormentando-os com

perguntas sobre o modo como viam o futuro e,assim,juntou um enorme arquivo que resumia as grandes descobertas

científicas do seu tempo.

    Michio Kaku diz que no mundo actual,há duas tendências que se opõem:uma visa criar  uma CIVILIZAÇÂO PLANETÁRIA

tolerante,científica e próspera,e a outra glorifica a anarquia e a ignorância passíveis de romper o tecido da nossa sociedade.

O futuro será construido com base no contributo da ciência informática,da nanotecnologia,da inteligência artificial,da

biotecnologia e,acima de tudo,da TEORIA QUÂNTICA,que é a base das tecnologias anteriores.Contudo,reconhece que

a ciência é uma espada de dois gumes:cria tantos problemas como os que resolve,mas sempre a um nível mais elevado e,

por isso,devemos alimentar a esperança de sermos capazes de brandir a espada da ciência com sabedoria e equanidade,

domando o barbarismo do nosso passado remoto.

    Diz que os MONITORES de computador mais se assemelharão a papel de parede,a molduras de quadros ou a fotografias

de família e não a computadores.Cerca de 2020,o preço do "chip" poderá rondar o cêntimo e teremos milhões de chips

dispersos por tudo o que nos cerca,cumprindo silenciosamente as nossas ordens.

    A INTERNET estará por toda a parte--em ecrâs de parede,na mobília,,em paineis publicitários e até nos nossos óculos

e lentes de contacto.Quando piscarmos os olhos,ligar-nos-emos a ela.No futuro,talvez possamos apenas pressionar um

botão e o AUTOMÓVEL conduz-se por ele próprio,permitindo ao condutor trabalhar,descansar,admirar a paisagem,ver

um filme ou pesquisar a internet.Uma ida ao CONSULTÓRIO MÉDICO será completamente diferente.No caso de uma

consulta de rotina,é bem provável que o "médico" seja um programa de softwere robótico que aparecerá no nosso ecrâ

de parede e que poderá diagnosticar correctamente 95% das maleitas comuns.Conseguiremos abrandar e talvez até

inverter o processo de envelhecimento.Michio Kaku diz que,em 2050 talvez seja possível VIVER até aos 150 anos ou

mais.Mas,acentua que o CANCRO vai ser um problema,mesmo no futuro.É um "exército de células que combate as

nossas terapias de uma maneira que de certo nos manterá constantemente em guerra"(David Baltimore) embora a

nanotecnologia possa detetar colónias de cancro anos ou décadas antes de poderem formar um tumor,e poderão

ser usadas nanopartículas,circulando no nosso sangue,para destruir essas células.

    Refere-se ao trabalho do neurologista português ANTÓNIO DAMÁSIO,da Universidade da Coralina do Sul,USA,

na análise às vitimas de lesões e de doenças cerebrais.

    No futuro,as barreiras linguísticas,que têm impedido tragicamente o entendimento entre culturas,poderão desaparecer

pouco a pouco com o TRADUTOR UNIVERSAL.E tal como o séc.XX foi a era da electricidade,o futuro poderá trazer-nos

supercondutores à temperatura ambiente que nos darão a era do magnetismo.Para o fim do século abre-se outra

possibilidade para a produção de ENERGIA:energia vinda do espaço.É a chamada electricidade solar espacial e envolve

colocar centenas de satélites espaciais numa órbita em volta da Terra absorvendo energia do Sol e depois enviando-a

para a Terra sob a forma de radiação de microondas.Admite ser possível RESSUSCITAR formas de vida extintas,

extraindo ADN utilizável de seres há muito desaparecidos.

       Renovar casas e apartamentos não será uma maçada tão grande com a matéria programàvel.Na cozinha,

substituir os azulejos,balcões,electrodomésticos e armários pode simplesmente envolver carregar num botão.E

construir uma CIDADE premindo um botão ? Pensa que nunca será possível ? assumindo que o problema da

programação e estabilidade pode ser resolvido,então há a possibilidade,lá para o fim do século,de edifícios

inteiros,e até cidades,se erguerem ao premirmos um botão.Só é preciso determinar a localização dos edifícios,

cavar os alicerces,e deixar que biliões de "cátomos" criem cidades inteiras erguendo-as  no deserto ou na floresta.

      Quanto ás VIAGENS ESPACIAIS,enquanto as missões robóticas continuarão a abrir novos panoramas para a

exploração do espaço,as missões tripuladas enfrentarão barreiras muito maiores,porque,quando comparadas com as

missões tripuladas,as missões robóticas são baratas e versáteis,podem explorar ambientes perigosos,não exigem

um dispendioso sistema de suporte de vida e,acima de tudo,não precisam de regressar.

     Aborda o problema do futuro da RIQUEZA e traz para o debate os conceitos de "capitalismo perfeito"(é quando o

produtor e o consumidor têm conhecimento infinito do mercado,de modo que os preços são perfeitamente determinados)

e "capitalismo intelectual",e refere-se ao sistema educativo dos Estados Unidos,que classifica de arcaico e esclerótico,

nomeadamente ao nível do ensino básico e secundário,e diz que,para os USA se manterem competitivos no futuro,

terão de ser feitas mudanças fundamentais nos seus sistemas de ensino.A ciência e a tecnologia são os motores da prosperidade.

       Classifica as civilizações como de Tipos 0,I,II e III,sendo que agora "vemos provas nesta transição do Tipo 0 para

o Tipo I de cada vez que abrimos um jornal" e diz que estamos a assistir à ascensão de uma CLASSE MÉDIA

PLANETÁRIA,com centenas de milhões de pessoas na China,na Índia e outros lugares a entrar para as fileiras

dessa classe,o que talvez seja a maior reviravolta no último meio século.E diz também que está a emergir uma

CULTURA PLANETÁRIA,baseada na cultura a juventude,cinema,moda e alimentação.Contudo,"há grupos que

instintivamente resistem á tendência para uma CIVILIZAÇÃO PLANETÁRIA do Tipo I,porque sabem que é

progressista,livre,científica,próspera e instruida.Refere-se aos terroristas islâmicos e às ditaduras,cuja força

depende da manutenção do seu povo longe da riqueza e progresso do mundo exterior.A chave para o futuro

é a sabedoria e embora a DEMOCRACIA não seja fàcil,cita Winston Churchill para dizer que "a democracia

éa pior forma de governo com excepção de todas as outras que têm sido experimentadas  de tempos a tempos".

    E acaba o seu livro descrevendo UM DIA NA VIDA EM 2100,onde fala  do posto avançado em MARTE,do

Elevador Espacial que "pára devagar a cerca de 160 km da superfície da Terra...",e do automóvel que se guia por si.

           Termina citando MAHATMA GANDHI,que escreveu em tempos: 

                                                           AS RAÍZES DA VIOLÊNCIA

                                                                Riqueza sem trabalho

                                                                Prazer sem consciência

                                                                Conhecimento sem carácter

                                                                Comércio sem moralidade

                                                                  Ciência sem humanidade

                                                                  Adoração sem sacrifício

                                                                   Política sem princípios

          ............... É assim mesmo,Dr.Michio Kaku!  Parabéns por este seu excelente livro.                                              

                                                                      

 

 

                                                   

 

 

                                                                                                     

 

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                              1 - Sentado á minha secretária ou em alguma mesa de café,manipulo expressões matemáticas e sinto-me

como Fausto a brincar com os seus pentagramas antes de Mefistófoles chegar.De vez em quando abstrações matemáticas,

dados experimentais e intuição física unem-se numa teoria definida sobre partículas,forças e simetrias. (...)(...)

                              (texto completo desta Nota 94 na lista inicial)